O que faz um paleontólogo

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Atualizado em: 9 de junho de 2025

De maneira resumida, a paleontologia é a ciência que estuda os fósseis, ou seja, restos de seres vivos, tais como ossos, dentes, ovos, folhas, troncos ou evidências de sua atividade no passado, tais como pegadas, normalmente preservados em rochas ao longo dos anos. Saber o que faz um paleontólogo pode ajudar você a se decidir por essa importante profissão, que tem como objetivo entender a nossa origem e o desenvolvimento do planeta. Especialistas em paleontologia são cientistas, responsáveis pelo processo de pesquisa, identificação e catalogação de suas descobertas.Neste artigo, abordamos o que faz a pessoa que atua com paleontologia, a formação necessária para exercer esse tipo de atividade, o mercado de trabalho, além de listarmos algumas habilidades importantes para trabalhar nessa função.
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Descubra o que faz um paleontólogo

O termo paleontologia tem origem grega e é a junção das palavras palaiós (antigo), óntos (ser) lógos (estudo), ou seja, de maneira abrangente, significa o estudo da vida no passado. Quem se especializa em paleontologia tem como objetivo compreender o início da vida na Terra a partir da análise dos fósseis. Como esses vestígios de grupos biológicos surgiram e se extinguiram em épocas definidas, é possível estabelecer uma relação direta com as rochas em que se encontravam, permitindo entender sua idade. Isso é especialmente útil para determinar a localização de recursos geológicos importantes em nosso cotidiano como o petróleo. As bases da paleotonlogia são a biologia e a geologia e é importante dominar aspectos que compõem essas duas vertentes de estudo. Profissionais da paleotonlogia ainda podem exercer suas atividades de maneira mais específica, focando seus esforços em um dos seguintes segmentos:
  • Paleozoologia: área de conhecimento que se concentra no estudo de fósseis de animais.
  • Paleobotânica: área de conhecimento que se concentra no estudo de fósseis de plantas.
  • Paleobiogeografia: área de conhecimento que estuda a localização e distribuição dos fósseis na superfície terrestre visando a reconstituição da geografia do planeta.
  • Paleoecologia: área de conhecimento que estuda a relação de organismos extintos com o meio em que viviam.
  • Tafonomia: área de conhecimento que estuda a decomposição ao longo do tempo e os processos de fossilização.

Conceito de fóssil

A ciência tende a conceituar um fóssil como restos ou vestígios de organismos preservados há, pelo menos 11.700 anos, que caracteriza o início do período Holoceno e a ocorrência da última glaciação (ou era do gelo). Fósseis podem ser classificados quanto ao seu tipo e ao processo de preservação.

Tipos de fósseis

Com relação ao seu tipo, os fósseis podem ser classificados em:
  • Restos (somatofósseis): são partes orgânicas de seres vivos do passado, tais como ossos, dentes, carapaças, folhas e caules.
  • Vestígios (icnofósseis): são evidências indiretas da atividade de um organismo, tais como pegadas, cascas de ovos, marcas de mordidas, túneis, galerias, excrementos e secreções urinárias.

Processos de fossilização

Os fósseis também podem ser classificados de acordo com seu processo de preservação, a saber:
  • Mumificação: de ocorrência rara, a mumificação pode acontecer a partir do congelamento, da desidratação ou da solidificação por meio de susbstância impermeável, tal como a resina, preservando partes ou até mesmo um organismo inteiro. Exemplo desse processo são ossadas de mamutes, ainda com restos de tecidos moles, encontradas na Sibéria.
  • Mineralização: após a morte de um animal ou vegetal, suas partes orgânicas vão sendo substituídas por minerais que estão presentes no meio ambiente ou são trazidos por correntes de vento e água. Somente as partes duras são preservadas, tais como dentes, ossos e troncos.
  • Moldagem: ocorre quando um organismo morre e é totalmente decomposto. Todavia, seu formato fica gravado na rocha, permitindo que especialistas em paleontologia possam analisar esse molde.
  • Contramoldagem: é um processo semelhante à moldagem, com a diferença que a lacuna deixada por um animal ou vegetal é preenchida por mineirais que, após a solidificação, cria uma cópia do organismo na rocha.
  • Impressão: é a fossilização dos vestígios de atividades de determinado ser vivo, tais como pegadas, marcas de folhas, rastros.
Leia também: Como se tornar um antropólogo

Qual a formação necessária para atuar com paleontologia

No Brasil não existe a graduação em paleontologia. Quem atua na área, geralmente, tem formação superior em ciências biológicas, geografia ou geologia e se especializou em paleontologia por meio de cursos livres, pós-graduação em áreas correlatas, mestrados ou doutorados em geociências, biologia animal ou zoologia. É importante que você verifique se a escola pretendida é credenciada pelo Ministério da Educação (MEC). Essa é a sua garantia de obter um diploma válido, com aceitação em todo o território nacional. E, se por ventura você decidir ampliar seu conhecimento em uma instituição de ensino no exterior, precisará apresentar o documento de conclusão de curso no Brasil, além do currículo profissional traduzido para o idioma apropriado.Relacionado: Saiba como criar um currículo profissional

O mercado de trabalho para especialistas em paleontologia

Sendo essa uma profissão essencialmente voltada à pesquisa, seja acadêmica ou em campo, as pessoas encontrarão oportunidades em instituições de ensino, museus e parques. A indústria petrolífera também demonstra interesse e patrocina determinados projetos relacionados a microfósseis. A atuação dessas pessoas no país ainda é muito tímida, sobretudo pela falta de financiamento da iniciativa privada, mesmo o país tendo diversas bacias sedimentares, locais propícios para a formação dos fósseis. Também há defasagem de profissionais, o que pode ser uma oportunidade interessante para quem quer seguir e se destacar nessa carreira.Relacionado: O que é plano de carreira

Qual a diferença entre paleontologia e arqueologia

É muito comum que as pessoas confundam os conceitos de paleontologia e arqueologia, uma vez que as duas áreas de estudo se concentram em achados do passado. A paleontologia tem como objetivo desvendar a vida na Terra através de restos ou vestígios de animais e plantas que viveram no planeta há milhares de anos. Já a arqueologia é uma ciência social, com foco no desenvolvimento da humanidade, ou seja, tudo que está relacionado às atividades humanas, tais como inscrições rupestres, utensílios cerâmicos, instrumentos de pedra, artefatos de madeira e estruturas de moradia.

Habilidades essenciais para atuar com paleontologia

A pessoa que atua com paleontologia precisa gostar de estudar e se desenvolver. Essa área integra entendimentos sobre biologia, botânica, geografia e geologia e a paixão pelo conhecimento científico deve guiar e motivar essas pessoas. Também é preciso flexibilidade e adaptabilidade a mudanças, uma vez que os fósseis estão em determinados locais, nem sempre perto de casa. Dentre outras, destacamos algumas competências importantes para exercer a função:
  • Paciência: o trabalho de coleta e catalogação de fósseis exige disciplina, atenção e muita paciência. Por vezes, restos e vestígios estarão em condições de difícil reconhecimento e será preciso estudo e pesquisa para fazer a correta identificação.
  • Trabalho em equipe: como dito, as pessoas que atuam com paleontologia são biólogos, geólogos ou geógrafos, cada uma com uma carga de conhecimento distinta e complementar. Por meio do trabalho em equipe, pessoas com diferentes perfis podem colaborar mutuamente para entender melhor os tipos e processos de formação de determinado fóssil.
  • Empatia e relacionamento interpessoal: a cordialidade, a comunicação com o público, o diálogo e o esclarecimento de dúvidas técnicas são habilidades fundamentais para quem decidir atuar em museus, cuidar de exposições ou exercer suas atividades em parques e centros históricos.
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